quarta-feira, 15 de maio de 2013

PALAVRAS ESPARSAS - livro do Clube de Escritores - Vagão Literário

Estes textos farão parte do livro PALAVRAS ESPARSAS do Clube de Escritores - Vagão Literário. Confiram em primeira mão  alguns dos textos do  livro!!!

                                                                                                                                Boa leitura...


  • POEMAS


    O Traficante.
    Voltei a falar sobre a droga do amor.
    Aqui se procura, aqui se acha o traficante
    Viver o amor é estar em perigo constante.
    É risco que vale a pena correr
    É risco que nos faz viver, por vezes morrer
    Mas difícil é sem ele viver.
    A droga é forte, é viciante
    Por horas nos enlouquece, por outras é calmante.
    A pessoa que trafica tem que ser boa comerciante.
    Já dizia Humberto Gessinger
    Que os crimes perfeitos não deixam suspeitos
    Talvez seja a justificativa da achar essa droga rara, a droga do amor.

    Matheus Donay - aluno  do 3º ano do Ensino Médio - CMSM




    SONETO DE UM PORTA-RETRATO

    Ao despejar palavras como ingredientes
    Espalho na forma minha lorota
    Ponho-me ao lado do forno em expediente
    Sai quente, assim, essa pequena nota.

    No principio, o abstrato tomou-me a mente
    Porém ao inspirar-me novamente
    O concreto encaixou-se ao Cinismo.
    É preciso ter asas quando se ama o abismo

    A foto no porta-retrato observa minuciosa
    A caneta despejar uma reserva grandiosa
    E a garganta desatar um embrulho estrondoso

    Emoções vulneráveis  perigam desmoronar
    Porém, o que ressalta aos olhos na foto
    Acaba por uma fortaleza inquebrantável criar


    Ana Paula Velasques Ferreira - aluna do  3º ano (2012) - CMSM
      



    DANÇA NA PISTA DE CORRIDA

    "Gosto do imprevisto, do inesperado. Gosto de desafiar o impossível, de afrontar o implacável. Eu quero a sensação da surpresa, o aconchego do abraço, o doce do beijo, me enroscar nesse laço. Eu quero mais. Uma vida mais bela, mais aflorar da primavera. Quero ser mais colorida, ter a alma mais florida ter os olhos mais sensíveis. Cansei de procurar o que nem existe. A vida é sacana, se dá pros espertos. Quando desiste da caça a presa se entrega. Não vou correr atrás da vida. Vou deixar ela me encontrar. Vou abrir os meus braços e me entregar. Não vou cansar correndo se eu posso dançar."

    Ana Paula Velasques Ferreira - aluna do  3º ano (2012) - CMSM


CRÔNICAS 


COISAS DO  TEMPO

        Desacelerei o passo quando percebi que cheguei na parte inesquecível da minha vida: a minha infância. Pisando levemente sobre as britas, chego analisando cada pedacinho daquele lugar surrado pelo tempo... o banquinho embaixo da pitangueira que sumira, os “chocolates” que eram feitos com barro seco, a corrida de bicicleta, o futebol na calçada, a vizinha brigando pela comemoração do gol. A choramingada por moedinhas para comprar o famoso “chocolate da Lurdes”, e o mais importante: o abraço de uma pessoa que o tempo levou consigo.
Paro diante da casa 72, e bato palmas; sou recebida com sorrisos, abraços, tímidos apertos na mão e pela melhor frase a ser escutada: “que saudade, você fez falta”. Entro na casa vazia, onde alguns anos atrás, eu corria, pulava e brincava. Onde tinha uma antiga máquina de costurar, agora tem uma televisão. Onde tinha uma rede, agora tem uma rede beliche. Onde ficava minha “oficina de bolo de barro”, encontra-se uma cerca. Onde tinha apenas um colchão ao chão, agora tem uma parede. Onde o barro ficava, agora tem concreto. Admiro essas mudanças tão notáveis, mas que não enxerguei graças à venda das lembranças.

O tempo levou muitas coisas simples e uma pessoa importante. São coisas que o tempo leva, sem aviso, sem que estejamos preparados. Mas uma coisa que o tempo nunca vai levar é a felicidade de ter crescido ali, naquela simples vila, que me fez sentir, por anos a fio, sentimentos tão complexos quanto tentar entender as ações do tempo.




Bárbara Collares - aluna do 1º ano do Ensino Médio - CMSM








Que sentimento é esse? Que me faz olhar através da janela, na esperança de ver você vindo ao meu encontro? Que faz meu coração ficar apertado, que me deixa nessa agonia interminável? Que me faz sentir incompleta, com aquela terrível sensação de que algo está faltando? Que me faz lágrimas verterem copiosamente de meus olhos atravessando minha face até não terem outra opção a não ceder a força da gravidade e caírem no chão? Que me faz carregar essa tristeza comigo? Que me faz pensar tempo integral em você? Que me faz imaginar infinitas possibilidades do que farei ao te ver? Que me faz criar diálogos e mais diálogos perfeitos? Que me faz imaginar cada segundo no nosso reencontro? Que me faz ter essa vontade imensa de te ter aqui, ao meu lado, agora? Que faz eu sentir essa falta do teu abraço, do teu toque, do teu beijo, do teu olhar, do teu sorriso até mesmo do teu deboche brincalhão? Do arrepio que teu toque me causa, do calor que beijo me faz sentir, do amor que teu olhar transmite, da paz do teu abraço e da verdade do teu sorriso? Se isso não é saudade, não sei outro modo de nomear isso que está me corroendo, me sufocando. Me matando aos poucos. Só posso ter fé que essa tortura terá um fim e esperar a sua próxima ligação. Então ouvirei a tua voz e vou guardar cada segundo no mais profundo compartimento da minha mente, para que nunca se perca. E esse será meu momento de paz. Esse será o momento em que eu vou confirmar a certeza que já existia dentro de mim: eu preciso de você, como preciso do ar para viver. 

Isabelle Nass - aluna do 1º ano  do  Ensino Médio- CMSM






Nenhum comentário:

Postar um comentário